
Tudo bem, os caras ficam um tempão de pé, em pleno fim de semana, orando por desconhecidos e servindo de chacota pra muita gente que passa pela avenida. Reconheço o mérito da ação.
Mas é inegável como o Deus Eterno, em toda sua santidade, vêm sendo cada vez mais reduzido aos moldes desse mundo capitalista e sua mentalidade consumista.
Aqui em Florianópolis, na Avenida Mauro Ramos, havia um grupo de "pastores auxiliares" (como eles são chamados na IURD - Igreja Universal) com um banner escrito "Pare, Ore, Siga", nos moldes de um semáforo. "Receba uma oração e uma unção especial para o seu veículo GRÁTIS". A faixa apontava para a direita, onde se encontrava a "Catedral da Fé", e mais alguns pastores com uma tenda montada e uma faixa, onde se lia "drive thru prayer" (algo como 'oração dentro do carro', fazendo referência aqueles atendimentos do mc donald's, bob's, habbib's, onde você pede seu lanche sem sair do carro).

Nada contra os métodos. Mas tudo contra a banalização do evangelho. É assim, uma oraçãozinha, sem compromisso... uma bênção extra, sem o confrontamento real com a palavra de Deus.
Como se fosse uma outra coisa qualquer, você recebe uma "unção" contra o "mal de agosto" (eita... o mês de agosto é maldito? E fui casar logo em agosto... saravá). Esse tipo de bênção é como um produto que se pega na prateleira do supermercado, consome, e quando acaba, joga a embalagem fora. Se anuncia a bênção de Deus, mas não o Deus da Bênção.
E por fim, me chamou a atenção a palavra GRÁTIS. O povo já está tão calejado de ter que esvaziar os bolsos em determinadas igrejas que é necessário enfatizar que o "serviço" é gratuito. Onde vamos chegar?
Obs: As fotos busquei na Internet, não se tratam especificamente do evento que presenciei em Florianópolis, mas os moldes e os dizeres são basicamente os mesmos.
